OBJETIVO

O objetivo deste blog é apresentar a história dos Capitães da Areia, um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1937. O livro, escrito na primeira fase da carreira do autor, retrata a vida de menores abandonados, os "Capitães da Areia", nome pelo qual eram conhecidos alguns meninos de rua da cidade de Salvador, nos anos 30. Este é o romance mais editado de Jorge Amado. A obra, publicada em mais de 15 países, já ganhou versões em quadrinhos, para o cinema e até uma minissérie de televisão.

AUTOR

Este blog é de autoria de Nicolau Benê Bergold, ex-aluno da turma 4323, do 3° ano do Ensino Médio, integrado ao Curso Técnico de Eletrônica, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, localizada na cidade de Novo Hamburgo.

Nicolau Benê Bergold - autor do blog.

SOBRE A ESCOLA


A Fundação Liberato possui uma estrutura voltada à educação profissional de nível técnico com cerca de 3.000 alunos matriculados, provenientes de mais de 50 municípios do Rio Grande do Sul, entre eles: Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas, Estância Velha, Campo Bom, Portão, Sapiranga, Dois Irmãos, São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Feliz, Montenegro, Ivoti e muitos outros.
Os cursos diurnos, articulados com o Ensino Médio, dirigidos para alunos provenientes do ensino fundamental, têm duração de 4 anos mais 720 horas de estágio supervisionado na empresa e agenciado pela própria Instituição, sendo oferecido nas áreas de Química, Mecânica, Eletrotécnica e Eletrônica.
Os cursos de educação profissional noturnos são dirigidos a alunos que já possuem o ensino médio e que desejam obter formação técnica. Têm duração de 5 semestres, mais 720 horas de estágio, sendo oferecidos nas mesmas áreas dos cursos diurnos, mais Segurança do Trabalho, Automotivo e Design.
Além das salas de aula convencionais, a Fundação Liberato conta ainda com salas de apoio pedagógico (salas de desenho, salas de vídeo, salas de estudo), serviço de recursos tecnológicos de educação (reprografia e audiovisual), biblioteca, laboratórios e oficinas próprios para cada curso, além de um módulo desportivo-cultural.
Para mais informações, acesse o site da Fundação Liberato.

SOBRE O CURSO DE ELETRÔNICA


O Curso Técnico de Eletrônica da Fundação Liberato busca promover os valores humanos e as competências pessoal e profissional, através da visão empreendedora, da iniciativa, da responsabilidade e da realização metódica de processos de pesquisa e desenvolvimento. Visa à fundamentação necessária para a compreensão dos sistemas eletroeletrônicos e de controle no todo e em partes funcionais, permitindo a utilização plena dos instrumentos de observação e medição característicos, a elaboração de programas aplicativos em computadores, microprocessadores e microcontroladores, usando as linguagens compatíveis, assim como o desenvolvimento teórico, montagem e teste de protótipos, segundo critérios de projetos previamente definidos.

SINOPSE DO LIVRO

Capa do livro.
Tendo como cenário as ruas e as areias das praias de Salvador, Capitães da Areia trata da vida de crianças sem família que viviam em um velho armazém abandonado no cais do porto da capital baiana. Os motivos que as uniram eram os mais variados: ficaram órfãs, foram abandonadas, ou fugiram dos abusos e maus tratos recebidos em casa.
O livro é dividido em três partes, porém, antes delas, existe uma sequência de pseudo-reportagens e depoimentos, explicando que o grupo Capitães da Areia é composto de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador.
A primeira parte em si, "Sob a lua num velho trapiche abandonado", conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia. Eram aproximadamente cem capitães, e mais de quarenta deles, meninos de todas as cores, entre nove e dezesseis anos, dormiam nas ruínas do velho trapiche. Tinham como líder Pedro Bala, rapaz de quinze anos, loiro, com uma cicatriz no rosto, e que mais tarde descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve. Bala era uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros. Generoso e valente, há dez anos vagabundeava pelas ruas de Salvador, conhecendo cada palmo da cidade.
Durante o dia, maltrapilhos, sujos e esfomeados, os meninos mostravam-se para a sociedade, perambulando pelas ruas, fumando pontas de cigarro, mendigando comida ou praticando pequenos furtos para poderem comer. Esse contato precoce com a dura realidade da vida adulta fazia com que se tornassem agressivos e desbocados.
Além desses pequenos expedientes, os Capitães da Areia praticavam roubos maiores, o que os tornou conhecidos, temidos e procurados pela polícia, que estava sempre em busca do esconderijo e do chefe dos capitães. Esses meninos, se pegos, seriam enviados para o Reformatório de Menores, visto pela sociedade como um estabelecimento exemplar para a criança em processo de regeneração, com trabalho, ótima comida e direito a lazer. No entanto, esta não era a opinião dos menores infratores. Sabendo que lá estariam sujeitos a todos os tipos de castigos e crueldades, preferiam as aflições das ruas e da areia à essa falsa instituição.
No dia-a-dia, o bando contava com o apoio amigo de alguns adultos. Don'Aninha, uma mãe de santo, sempre os socorria em caso de doença ou necessidade. Além dela, o Padre José Pedro, introduzido no grupo pelo Boa-Vida, conhecia o esconderijo dos capitães. Aos poucos, o velho conquistou a confiança do grupo, indo com frequência visitá-los, levando um pouco de carinho e compreensão. O pescador Querido-de-Deus e o estivador João-de-Adão também tinham a confiança dos meninos, que, por sua vez, não mediam esforços para recompensar esse apoio.
Um dia, Salvador foi assolada pela epidemia de varíola. Como os pobres não tinham acesso à vacina, muitos morriam, isolados no lazareto. Almiro, o primeiro capitão a ser infectado, ali morreu. Já Boa-Vida teve outra sorte: saiu de lá, andando. Dora e o irmão, Zé Fuinha, perderam os pais durante a epidemia. Ao saber que eram filhos de bexiguentos, o povo fechava-lhes a porta na cara. Não tendo onde ficar, os dois acabaram no trapiche, levados por João Grande e pelo Professor.
A segunda parte, "Noite da grande paz, da grande paz dos teus olhos", marca a história de amor que surge quando Dora se junta ao bando. A confusão, causada pela presença de uma menina no armazém, foi contornada por Pedro. Os meninos aceitaram-na no grupo e, depois de algum tempo, vestida como um deles, participava de todas as atividades e roubos do bando, tornando-se a primeira "capitã da areia", uma mãe e irmã para todos. Pedro Bala considerava Dora mais que uma irmã: era sua noiva. Ele, que não sabia o que era amor, viu-se apaixonado. O que sentia era diferente dos encontros amorosos com as negrinhas ou prostitutas no areal.
Quando roubavam um palacete de um ricaço na ladeira de São Bento, os meninos foram presos. Parte do grupo conseguiu fugir da delegacia, graças à intervenção de Bala, que acabou sendo levado para o Reformatório. Ali sofreu muito, mas conseguiu fugir. Em liberdade, preparou-se para libertar Dora. Um mês no orfanato foi o suficiente para acabar com a alegria e a saúde da menina que, ardendo em febre, se encontrava na enfermaria.
Após fugirem do reformatório, Pedro, Professor e Volta-Seca invadiram o orfanato, e saíram levando Dora consigo. Pedro Bala e Dora, então, se amaram pela primeira vez, na areia da praia. Infelizmente, não resistindo à forte febre, ela morreu na manhã seguinte. Don'Aninha embrulhou-a em uma toalha de renda branca e Querido-de-Deus levou-a em seu saveiro, jogando-a em alto mar. Pedro Bala, inconsolável e muito triste, chorou com todos a ausência de Dora, que marcava o começo do fim para os principais membros do grupo.
A terceira e última parte, "Canção da Bahia, canção da liberdade", vai nos mostrando a desintegração dos capitães. Alguns anos se passaram e o destino de cada um do grupo foi tomando rumo. Graças ao apoio de um poeta, o Professor foi para o Rio, e já estava expondo seus quadros. Pirulito, que já não roubava mais, entrara para uma ordem religiosa. Sem-Pernas se matou quando fugia da polícia. Volta-Seca estava fazendo o que sempre tinha sonhado: aliou-se ao bando de seu padrinho, Lampião, tornando-se um terrível matador de polícia. Gato, perfeito gigolô e vigarista, deixou sua amante Dalva e foi para Ilhéus, trapacear coronéis. Boa-Vida, tocador de violão e armador de bagunças, pouco aparecia no trapiche. João Grande embarcou, como marinheiro, num navio de carga do Lloyd Brasileiro.
Após o auxílio na greve dos condutores de bonde, o bando Capitães da Areia de Pedro Bala tornou-se uma "brigada de choque", intervindo em comícios, greves e em lutas de classes. Assim como Pirulito, Bala havia encontrado sua vocação. Passando a chefia do bando para Barandão, seguiu para Aracaju, onde iria organizar outra brigada, se tornando um líder revolucionário comunista. Anos depois, Pedro Bala, conhecido organizador de greves e perigoso inimigo da ordem estabelecida, é perseguido pela polícia de cinco estados.
Os Capitães da Areia são heróicos, espécies de “Robin Hood’s”, que tiram dos ricos e guardam para si próprios (os pobres). Na história, o Comunismo é mostrado como algo bom. No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transformam em personagens únicos e corajosos, legítimos Capitães da Areia de Salvador.

Download do livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado

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Tamanho: 640 KB
Número de páginas: 270


O AUTOR - JORGE AMADO


Jorge Leal Amado de Faria, mais conhecido simplesmente como Jorge Amado, nasceu em Itabuna (BA), no dia 10 de agosto de 1912, e faleceu em Salvador (BA), no dia 6 de agosto de 2001, aos 88 anos, devido a uma parada cardiorrespiratória. Ele foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
Jorge Amado é o autor mais adaptado da televisão brasileira. Verdadeiros sucessos, como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra, são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para o cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em Braille e em fitas gravadas para cegos.
No Brasil, Jorge Amado foi superado, em número de vendas, apenas pelo escritor Paulo Coelho, mas, em seu estilo, o romance ficcional, não há quem se compare a ele. Em 1994, Amado viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, considerado o mais importante prêmio literário destinado a homenagear um autor de língua portuguesa pelo conjunto da sua obra.

 CLIQUE AQUI para ver a biografia, obras e características literárias de Jorge Amado.

CAPITÃES DA AREIA – PERSONAGENS

 A obra não possui um personagem principal. Para indicar um protagonista, o mais apropriado seria apontar o conjunto do bando, ou seja, os Capitães da Areia como grupo. Isso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem, mas ao redor de todos. Pedro Bala, o líder do bando, não é mais importante para o enredo do que, por exemplo, o Sem-Pernas ou o Gato. Pode-se dizer que ele é o líder do bando, mas não lidera o eixo do romance. Daí a ideia de que o protagonista é o elemento coletivo, e cada membro do grupo funciona como uma parte da personalidade, uma faceta desse organismo maior que forma os Capitães da Areia.

Pedro Bala – Líder dos Capitães da Areia com 15 anos, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. É ágil, esperto, temido e respeitado por todos do grupo. Traz nos olhos e na voz a autoridade de chefe. Nunca soube de sua mãe, e seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, quando foi assassinado por policiais. Há dez anos Bala vagabundeia pelas ruas da Bahia. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje, sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Ele é quem mais se aproxima de um protagonista da história, pois serve como uma espécie de linha condutora, dando um caráter coesivo aos diversos quadros que são apresentados ao longo da narrativa.

Sem-Pernas – Deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio. Isso provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando. Morre ao se jogar de um penhasco, a fim de não se entregar à polícia.

Gato – É o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva, e, por isso, muitas vezes não dorme no trapiche. Só aparece ao amanhecer, quando sai com os outros para as aventuras do dia.

Professor (João José) – Intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando-o no planejamento dos assaltos. Com seu dom de pintar, acaba indo ao Rio de Janeiro tentar sucesso.

Pirulito – Garoto magro e muito alto, com olhos encovados e fundos, era o mais cruel do bando, até que, tocado pelos ensinamentos do padre José Pedro, converte-se à religião. Executa, com os demais, os roubos necessários à sobrevivência, sem jamais deixar de praticar a oração e sua fé em Deus.

Boa-Vida – O apelido traduz seu caráter indolente e sossegado. É mais um malandro da cidade, que faz sambas e canta pelas ruas, nas calçadas e nos bares. Contenta-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessam mais ao Gato.

João Grande – É um negro respeitado pelo grupo em virtude de sua coragem e da grande estatura. Com 13 anos, possui cabelo crespo e baixo e músculos rígidos. Por ser uma pessoa muito boa e forte, ajuda e protege os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos.

Volta Seca – Mulato sertanejo de alpargatas, é imitador de pássaros e tem ódio das autoridades. Admirador do cangaceiro Lampião, a quem chama de padrinho, Volta Seca sonha com o dia em que participará de seu bando.

Dora – Seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala. Morre devido a uma forte febre, e se torna uma santa para os meninos, por causa da sua bondade. Para Pedro Bala, ela se tornara uma estrela.

Padre José Pedro – padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.

Querido-de-Deus – Pescador e grande capoeirista da Bahia, respeita o grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado e admirado pelos meninos. Ensina sua arte para alguns deles e exerce grande influência sobre os garotos.

Dalva É uma prostituta de uns trinta e cinco anos, com corpo forte e rosto cheio de sensualidade. Gato a deseja imediatamente, tornando-a sua amante.

João de Adão – Estivador, negro, muito forte e antigo grevista, é igualmente temido e amado em toda a estiva. Através dele, Pedro Bala soube do pai.

Don’Aninha – Mãe de santo, sempre socorre os meninos em caso de doença ou necessidade.

Caboclo Raimundo – Era chefe dos Capitães da Areia antes de Pedro Bala. Foi ele quem cortou o rosto de Pedro Bala, indo logo embora após isso.

Almiro – Um menino de 12 anos, gordo e preguiçoso, que morreu de bexiga.

Barandão – Foi nomeado chefe do grupo depois que Pedro Bala partiu para o grupo dos Índios Maloqueiros de Aracaju, onde tenta organizá-los como os Capitães de Areia.

Loiro – Pai de Pedro Bala, era líder sindical nas greves antigas ao lado de João de Adão. Morreu em uma dessas greves.

CAPITÃES DA AREIA EM QUADRINHOS

Dentre as várias adaptações que o romance de Jorge Amado teve, sem dúvida a mais diferente delas foi Capitães da Areia em quadrinhos. Muitos livros viram filmes, ou novelas, ou peças teatrais, mas são poucos os que se tornam histórias em quadrinhos, seja pela dificuldade de colocar uma grande obra dentro de pequenos quadradinhos, ou pela falta de vontade de desenhistas e cartunistas de criar algo desse tipo, talvez por medo do trabalho não ter a devida aceitação do público.
Entretanto, duas pessoas se destacaram ao transcreverem o romance Capitães da Areia, ou parte dele, para quadrinhos. São eles: o publicitário Ruy Trindade e o cartunista Rodrigo Rosa.

Capitães da Areia em quadrinhos, por Ruy Trindade

Ruy Trindade
            Ruy Trindade nasceu em Salvador, na Bahia, em 1946. Teve seu primeiro contato com o mundo das Artes aos 17 anos, quando fez estágio em uma Agência de Propaganda. Em 1991, Ruy criou o projeto Transcrever Romances Inteiros Para Quadrinhos, com a intenção de incentivar a boa leitura. Em 1995, ele fez Capitães da Areia, com o texto de Jorge Amado, na íntegra, em 180 páginas em preto e branco, e a capa em policromia. Alguns exemplares foram distribuídos, gratuitamente, em 30 Escolas Públicas da Bahia.
            Abaixo está a capa deste belo trabalho.
 







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 Capitães da Areia em quadrinhos, por Rodrigo Rosa
 
Rodrigo Rosa

Rodrigo Rosa nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1972. Cartunista, ilustrador e jornalista formado pela PUC/RS, iniciou sua carreira profissional publicando tiras de quadrinhos no jornal Oi! Menino Deus, aos 14 anos. Anos mais tarde, integrou a Editoria de Arte do jornal Zero Hora, onde passou a se dedicar mais à arte da ilustração. Em junho de 2007, foi convidado pela Editora Globo para adaptar um trecho de Capitães da Areia para os quadrinhos, fazendo as quatro páginas mostradas abaixo.

                            (1)                                                        (2)

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                           (3)                                                           (4)

CAPITÃES DA AREIA NA TELEVISÃO

A minissérie brasileira Capitães da Areia foi outra adaptação feita do romance homônimo de Jorge Amado, considerado o autor mais adaptado para a televisão. Ela foi exibida pela Rede Bandeirantes de Televisão entre os dias 5 e 16 de dezembro de 1989, às 20h50min, contendo, no total, 10 capítulos. Da autoria de José Loureiro e Antônio Carlos Fontoura, a minissérie foi dirigida pelo cineasta Wálter Lima Jr.

Elenco

Leandro de Souza como Pedro Bala
Alethéa Miranda como Dora
Geraldo Del Rey como Padre José Pedro
Tamara Taxman como Dalva
Rodrigo Pereira da Silva como Gato
André Gonçalves como Boa-Vida
Bruno Sobral como Sem-Pernas
Pablo Sobral como Pirulito
Miriam Pires como Ester
Thaís Portinho como Laurinda
Marcus Vinícius como Querido-de-Deus
Renato Coutinho como Raimundo (pai de Pedro Bala)
Jacyra Silva como Don´Aninha
Thelma Reston como prostituta
José Steimberg como padre

No elenco, estavam ainda Míriam Pires, Thaís Portinho, Isolda Cresta, Felipe Camargo, Jackson de Souza, Thelma Reston, Yolanda Cardoso, Glorinha, Flávio Santiago, Paulo Hamilton, Ivan Sérgio, Alex Sérgio, Roberto Bataglin, Jean Carlos, Alexandre David, Roberto Pereira, Roberto Bomtempo, Clemente Viscaíno, Yolanda Cardoso, Isolda Cresta e Jackson de Souza, entre outros atores.

Na foto, o autor Jorge Amado e um grupo de atores, entre eles Roberto Bataglin e Felipe Camargo.
            O enredo da minissérie é o mesmo do livro: retrata o cotidiano de um grupo de meninos de rua, os Capitães da Areia de Salvador, e procura mostrar não apenas os assaltos e as atitudes violentas de sua vida marginalizada, mas também suas aspirações e os pensamentos ingênuos, comuns a qualquer criança.
            Abaixo, está um vídeo que mostra a abertura da minissérie e algumas cenas da mesma.

CAPITÃES DA AREIA NO CINEMA

Ironicamente, a primeira adaptação para o cinema do clássico romance do baiano Jorge Amado, saiu através de uma produção americana, no ano de 1971, e teve suas principais versões nos EUA e na Rússia. Dirigido por Hall Bartlett, o filme retrata a vida de menores abandonados, os "Capitães da Areia", como eram conhecidos os meninos de rua na cidade de Salvador, nos anos de 1930. Por ser uma obra estrangeira e antiga, “The Sandpit Generals” (título original do longa-metragem) não é muito conhecida e normalmente não é lembrada, no Brasil, quando se fala no livro “Capitães da Areia”.

Ficha técnica

Título Original: The Sandpit Generals (Capitães da Areia).
Títulos Alternativos: The Defiant / The Wild Pack.
Elenco e Equipe: Kent Lane, Tisha Sterling, Dorival Caymmi, Ademar Da Silva, Aloysio De Oliveira, Marc De Vries, Jimmy Fraser, Freddie Gedeon, William Hobson, Guilherme Lamounier, Macio, Creusa Millet, Butch Patrick, Eliana Pittman, Alejandro Rey, John Rubinstein e Marisa Urban.
Gênero: Drama.
Duração: 102 min.
Ano de Lançamento nos EUA: 1971.
Direção: Hall Bartlett.
Roteiro: Jorge Amado e Hall Bartlett.

 Pôster do filme nos EUA        Pôster do filme na Rússia
















 
Trailer                                                                                                                                                         
                   http://www.youtube.com/watch?v=5ITCsp2DA1o


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Cecília Amado
Finalmente, um dos livros mais famosos de Jorge Amado chegou ás telas do cinema brasileiro. Capitães da Areia teve sua versão cinematográfica no Brasil dirigida por Cecília Amado, neta do autor do romance. O longa-metragem marcou a estreia de Cecília na direção, apesar de não ser seu primeiro trabalho no cinema.
A trama se passa na Bahia, na década de 1930. Um bando de meninos abandonados incomoda a sociedade. São chamados “Capitães da Areia”, porque o cais é o seu quartel general. O bando nunca teve uma figura feminina, até que a chegada de Dora vem mexer com a vida dos capitães.
A estreia do filme no Brasil ocorreu no dia 07 de outubro de 2011.

Ficha técnica

Elenco: Jean Luís Souza de Amorim, Ana Graciela Conceição da Silva, Romário Santos de Assis, Israel Vinícius Gouvêa de Souza, Elielson Santos da Conceição e Paulo Raimundo Abade Silva.
Gênero: Drama Nacional.
Duração: 102 min.
Direção: Cecília Amado.
Co-direção: Guy Gonçalves.
Produção: Bernardo Garcia Stroppiana e Cecília Amado.
Co-produção: Guy Gonçalves.
Roteiro: Hilton Lacerda e Cecília Amado.
Direção de Fotografia: Guy Gonçalves e ABC.
Direção de Arte: Adrian Cooper e ABC.
Figurino: Marjorie Gueller.
Produção Executiva: Pimenta Jr., Bill Fogtman e Camila Medina.
Supervisão de Projeto: Bill Fogtman e ABC.
Trilha Sonora: Carlinhos Brown.
Distribuição no Brasil: Imagem Filmes.
Vendas e Representações Internacionais: Ondamax Films.
Site Oficial do Filme: www.capitaesdaareia.com.br 

Pôster do filme

Trailer

                                   www.youtube.com/watch?v=JGqlIu0IxIo

Fotos (Clique nas imagens para ampliá-las)












 

Para mais informações, acesse a página do filme no site adorocinema.com CLICANDO AQUI.

ANÁLISE DA TEMÁTICA DO LIVRO

Na obra Capitães da Areia, Jorge Amado revela a cultura e os problemas do povo brasileiro, mesclando crença religiosa, ideologia, ceticismo e ativismo político. Sua literatura age contra toda e qualquer opressão e preconceitos que possam estar evidentes dentro do nosso povo, tirando do esquecimento traços significativos da nossa colonização, como, por exemplo, o candomblé e o falar popular. Jorge Amado trata de questões importantes em situações dialogais do cotidiano do povo brasileiro.
As “Cartas à Redação”, uma sequência de pseudo-reportagens e depoimentos que ficam no prólogo do livro e durante a narrativa também, além de propiciarem um enfoque realista ao romance, oferecem um tom de veracidade, censuram as atitudes dos poderosos e revelam, desse modo, uma sociedade desigual. Essa temática é aprofundada desde o início do livro até sua última página.
É muito presente no livro o desprezo que as autoridades têm com a pobreza. Até mesmo a imprensa, que deveria ser um órgão imparcial e que apenas transmite as informações, posiciona-se mais para acusar e julgar os meninos, do que para defendê-los ou para fazer uma observação sobre o que os levou a marginalidade. Os comentários mais frequentes da imprensa eram “A cidade infestada por crianças que vivem do furto” e “Esse bando que vive de rapina”.
Outra questão relevante apontada pelo autor na obra é em relação ao lado humano dos Capitães da Areia. Sempre haviam brigas, revoltas, roubos, estupros etc. Mas, apesar de tudo, eles eram crianças, e tinham seus momentos de brincadeira e ingenuidade, principalmente Volta Seca e Sem Pernas, personagens altamente amargos e revoltados com as condições precárias que a vida os impôs, como se pode perceber no capítulo “As Luzes do Carrossel”, em trechos como: “O rosto sombrio de Volta Seca se abria num sorriso” e “Sem Pernas ia girando num cavalo como todos aqueles meninos que têm pai e mãe, e uma casa e quem os beije e quem os ame”.
Mais um aspecto também importante na obra é a figura da mulher na vida dos Capitães da Areia. Desde simples miseráveis que eram utilizadas apenas para servi-los sexualmente, ou da Dalva, a prostituta pela qual Gato apaixona-se, temos a figura de Dora, a menina mulher que aparece na vida dos capitães e passa a representar a mãe, irmã, amiga e, por fim, esposa de Pedro Bala.
É por essas questões aqui apresentadas, que Capitães da Areia talvez seja um dos romances de Jorge Amado mais apreciados pelos leitores. É um romance que trata de uma temática real e está dentro de temas diversos, como a vida dos excluídos e suas lutas, o papel da Igreja, das autoridades e da imprensa. Enfim, a sociedade em geral é mostrada e analisada na obra, diante da problemática da delinquência juvenil.
Muitos dos problemas denunciados pelo escritor, infelizmente, ainda persistem na atualidade. O método utilizado para a recuperação de menores marginalizados precisa ser revisto urgentemente, por profissionais capacitados e sob uma administração eficaz. O nosso país vem sofrendo, há vários séculos, com um sistema social perverso. Acontece uma transferência de responsabilidade envolvendo autoridades que nada fazem para mudar essa situação. O país precisa tomar providências imediatamente, pois problemas histórico-sociais ainda persistem, tanto por falta de vontade política, quanto por falta de solidariedade ao próximo.